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Erro de medição

Este artigo define metrologicamente o erro de medição e traça um paralelo com a sua incerteza diferenciando esses dois importantes conceitos: ERRO e INCERTEZA DE MEDIÇÃO.
Erro de medição

"A verdade existe independente do homem. Esta frase foi escrita há muitos anos atrás e se encaixa em nossa vida cotidiana. Como não deveria ser diferente, também pode ser vista sob o ponto de vista Metrológico. Trocamos o termo verdade pelo termo valor verdadeiro de uma medição (quantificação de uma grandeza). Como já diziam os filósofos, o valor verdadeiro é impossível de alcançarmos, porém podemos chegar muito próximo dele, com certa confiança, dependendo é claro de nós mesmos, o que se traduz em nosso procedimento e conhecimento sobre o assunto.

A pergunta que fica é como saber o quão próximos da verdade estamos se nem a conhecemos? Muito bem, na metrologia adotamos então o que chamamos de valor verdadeiro convencional (VVC) e que na ultima edição do VIM (Vocabulário Internacional de Metrologia) passou a ser chamado de Valor Convencional (VC). Estas referências de medida foram obtidas através de métodos aprovados pela comunidade científica e que são aceitos neste mundo metrológico.
 
Pela nossa impossibilidade de descobrir o valor verdadeiro, nos contentamos com valores convencionais. Existe entre eles uma hierarquia de exatidão e como tal, formam uma cadeia interligada cujo topo é um padrão primário de referência. Agora já podemos definir o termo que faz jus ao título.
 
Afirmar que um argumento está ou não errado equivale a conhecer o certo, pois algo só pode estar certo ou errado não havendo uma terceira possibilidade, o que chamamos na lógica de princípio do terceiro excluído. Assim, a palavra erro sempre será referenciada a uma verdade conhecida, que neste caso é o nosso Valor Convencional (VC). O VIM define erro de medição (E ) como a diferença entre o valor medido de uma grandeza e o valor convencional ou de referência. Matematicamente temos:
 
E=VM - VC
 
Todos esses conceitos são necessários para que se possa, por exemplo, interpretar um certificado de calibração. E é através da calibração que se consegue medir o quanto um dado instrumento está afastado da “verdade”, lembrando que o termo verdade aqui expresso se refere a um padrão que representa o valor convencional. Assim calibramos os instrumentos para verificar qual a magnitude do afastamento em relação ao valor verdadeiro referencial. A partir do momento que conheço as tendências do meu instrumento, posso corrigir as leituras e obter medidas mais confiáveis. Usa-se o termo exatidão para qualificar um determinado instrumento quanto a sua “sinceridade”.
 
Um erro pode ser positivo (afastamento superior) ou negativo (afastamento inferior). É muito importante este sinal, pois determinará, por exemplo, a correção a ser feita.
 
O erro de medição (E ) pode ser aleatório (Ea ) ou sistemático (Es ) e podemos relacioná-los na seguinte equação:
 
E=Ea+Es
 
Um fator muito importante neste processo é levar em consideração a incerteza de medição. Esta, em alguns casos, se faz necessário e está sempre associada a um valor medido.
 
Assim a forma mais completa e que muitas vezes aparecem nos certificados de calibração, são os erros de medição associados a uma incerteza. Erro e incerteza se complementam na expressão de um resultado, não sendo possível qualquer comparação conceitual desses termos. Ainda hoje, são confundidos e muitas vezes tratados como sinônimos.
 
Erros de medição não são “bons” nem “ruins”, não qualificam nem desqualificam um sistema de medição ou um instrumento. Tudo irá depender do grau de confiabilidade e tolerância de processo e da ação a ser realizada para o devido tratamento dos mesmos.

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Autor do artigo:

Gerson Mello

gerson@exactusmetrologia.com.br

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